sexta-feira, 16 de maio de 2008

Alguém…


Queria ter alguém…
Queria que esse alguém só fosses TU

Queria passear no parque de mãos dadas,
Na rua, na lua…
Porque não?!!

Queria ficar eu e tu,
Juntinhos…sem fazer nada
Queria dividir
Os sonhos…
A alegria, a tristeza
E a conta da pizzaria…
Queria dividir a lanterna
No acampamento.
Queria…
Dividir a vida.

Queria tocar-te uma canção
Que te mostrasse meu coração
Queria…queria…

Mas, hoje apenas quero esconder
A cara na minha mão,
Ou não sei mesmo,
Talvez,
Em vez de esconder a cara,
Seja para pegar na tua mão.

Queria…queria…
Voltar a traz e …
Perdoa se é que tenho perdão,
Mas a loucura do medo
Fez-me perder a razão.

Agora apenas quero
Que me abraces
E nunca deixes de me dar a mão
Porque com o “medo”
Posso perder a razão

A dor…


A dor é flagelo
A dor é o pesadelo
De sentir o tempo
Passar-nos como grãos
De areia entre os dedos.
Dor é amar
E sentir que a vida
Nos está a fugir
Doer é doer tudo,
A dor de doer,
A mão, o pé,
A cabeça e o coração,
Sentir que já não temos
Força, de dar a mão.
Dor é não aguentar mais
E ter até alucinação.
Dor…
Mas quando se tem
Com muito amor
A embrulhá-la,
Ah! …Dor forte e amarga
Que me mostra que sou forte
Porque estou acompanhada
E a dor foi “embrulhada”
Obrigado por existires
Porque ela teria ganho
E eu…
Eu, não poderia “ficar”…

sábado, 6 de outubro de 2007

Saudade...


Numa noite ao luar,

Nós dois em plena solidão

Fiquei calma,

Fitando o crepúsculo azulado do céu,

A lua de prata banhando nosso beijo

Selando um amor,

Teus olhos envolveram-se nos meus

Numa terna lágrima de alegria

Assim, te respondi…

O prazer de te ter ali

Abraçar-te, ter-te junto a mim.

A dor do AMOR, não tem explicação!

Como definir, o que só sei sentir?

É mistério sofrer para se saber,

O que no peito o coração, não sabe dizer.

Pergunta ao luar travesso

Que na noite a chorar me vê sofrer

Pergunta ao luar e á canção do mar,

Qual o mistério que há na cor de te amar.

Se desejas saber o que é,

Não sentir o teu calor,

Apenas soluçar,

Caminha até á beira-mar,

Numa noite ao luar,

Ouve a onda sobre a areia a lacrimar!

Ouve o silêncio, a falar na solidão

Do calado coração,

Querendo simplesmente te abraçar…


Ao me abraçares,

Põe o ouvido aqui junto á flor do coração


Ouve a inquietação,

Da saudade…


Busca saber qual a razão


Porque vive ele a suspirar, a palpitar…


Desesperado, teima para sempre te amar,


Em querer-te sempre, sempre te abraçar…

Uma História de Encantar

Uma Historia de Encantar
Um sonho de encantar…Hoje numa conversa habitual com uma daquelas pessoas encantadoras deste lugar, onde as pessoas se tornam mais velhas pelo caminhar dos anos arrastados pela vida e pelo pensamento cruel de se sentirem desprezados e desenraizados de suas famílias, este lugar a que chamam lar, mas onde o sentido da verdadeira palavra lar deixa tanto a desejar…Diria lar de sofrer de pensar nos sonhos perdidos e deitados ao vento e espalhados sem que ninguém os acolha e os ouça apenas para fazerem sentido a uma vida sofrida e onde os anos ajudam a pesar mais o olhar, o sonho que se esmoreceu no olhar vazio do tempo e nas memorias que um dia fizeram a história duma vida.Hoje uma destas “jovens” duma vida de viver, tirou da sua história de memórias uma história de encantar que passo a descrever com a fidelidade que julgo poder dar-lhe.Ao subir das escadas ouvi alguém:- São, menina São está aí?- Sim diga lá que deseja, minha carinha laroca, quer a paparoca? Já vim cá espreitar mas estava a dormitar ou a “caçar ratos”?- Eu a dormitar? Estava era a sonhar?- A sonhar com quê, quer contar? Vá lá fale-me dos seus sonhos de encantar, mas espere que a sua paparoca esta aqui para lhe dar, hoje está boa, flocos com leite e adoçante vamos lá abrir a boca e mastigar.-Está boa sim menina, hoje gosto não está amarga.E lá continuou a D. Graciete a comer a sua refeição aconchegante da noite, com o olhar vazio no tempo e pensando Qui ça numa história, talvez a que a seguir iria contar.-Olhe menina a minha filha, quando era pequenita, tinha uns pijamas assim com um bolso e um bonequinho bordado nesse bolso, assim um cãozinho, um ursinho assim coisas sabe? Aquelas que se bordam nas roupas dos miúdos para ficarem mais alegres. A minha filha um dia perguntou:-Mamã (sabe ela chamava-me assim de mamã), para que serve este bolso do pijama?- Ah minha filha, esse bolso serve para guardares os sonhos e sabes minha filha (e colocando a mão onde possivelmente estaria o bolso, bem assim juntinho ao coração, e continuou) fecha assim o bolso (e fez o gesto bem ternurento e aconchegante pegando no casaco do pijama dela) para que os teus sonhos não possam fugir.E sabe menina São, um dia ela chegou ao pé de mim e disse-me a chorar:-Mamã os sonhos fogem não os consigo guardar.-Então minha filha deixa-os ir, novos virão para dar lugar a esses e assim terás sempre sonhos novos e bonitos, não chores vais ver que todos os dias terás sonhos de encantar não precisas mais de os guardar.Olhe menina São ela deixou de chorar e nunca mais guardou os sonhos no bolso do pijama com um boneco bordado, coisas de crianças menina São e coisa de mãe.Lá ficou ela, a D. Graciete de novo com o olhar perdido no tempo, talvez a pensar que nunca teve um bolso num pijama onde pudesse ter guardado os sonhos dela para um dia serem reais e nunca poder estar num “lar” onde os sonhos não existem, apenas existe um vazio num olhar e um sonho de poder fechar os olhos descansados para sonharem eternamente em serem amados e terem um pouco de carinho e aconchego, uma ternura e um sonho quem sabe guardado no bolso do pijama encantado da vida da qual apenas resta um bolso pequenino da recordação … (Graciete Marques)Esta uma homenagem a uma "jovem senhora, 81 anos" que residia no Lar onde trabalho e que nos deixou dia 10 de Setembro de 2007, uma amiga que nos momentos de desanimo me aconchegava ao peito e me dizia: "Diz la minha pequenita,que te vai nesse coração, estas triste encosta aqui ao meu peito".Obrigada AMIGA onde estiveres estas no meu coração.Um beijo como aqueles que me davas com carinho e bondade.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

DESEJOS

Dois seres num mesmo destino,
num mesmo desejo...
acompanhados pelo carinho,
Pela ternura, pelo desejo…
Envolvem-se em loucura…
Perdendo-se no amor,
o tempo foge...
Sobrevoando no momento
não se dá conta…
A ternura...
O desejo… A loucura…
As mãos que tocam…
O beijo que acaricia…
Os corpos perdem-se no tempo,
vivendo somente esse momento.
Dois prazeres!
De ser e de sentir…
Fatigados caem, mas desejam mais!
Tudo...
Emoções puras...
De ternura e amor.

terça-feira, 22 de maio de 2007



Sempre fui infeliz
Vivendo só, sem ter amor
Fui inspirada então,
Na ingratidão de quem me rodeava
Que fiz este poema.
Triste como o pranto
Que me matava de só ter ingratidão
Pensei que esta valsa
Era a minha última inspiração.
Mas quis o meu destino
Que eu fosse sonhadora
E colocou no meu sonho
Um olhar de ternura
De alguém que mesmo em sonho
Trouxe minha ventura.
Sonhei com esse alguém
Noites e noites sem parar…

Por fim já tão cansada
Errante por este mundo
Acabei por achar
O teu olhar tão doce
Terno como o luar…

Sem querer, um dia,
Encontrei com esse alguém
Que tanto eu queria.
Esse alguém que mesmo em sonho
Amei com tanto ardor.
Esse alguém és tu
Meu terno e DOCE AMOR

UmaVida...


Se a tristeza desse corda ao coração,
Hoje ele correria tão galopante
Como o vento na floresta
Que de tanta correria, assobia…
Se a tristeza comandasse a vida…
Se a tristeza se deixasse ver…
Decerto alguém
veria o meu choro
E entenderia…

Se as minhas mãos,
se pudessem esticar…
o rosto do meu pai
iriam tocar
e decerto ele entenderia
o amor calado,
revoltado,
que sempre e foi sempre sonhado…
Como queria dar-te um beijo Pai
Dizer-te que gosto de ti.
Mas…
Nunca me estendeste,
Não era agora que me entenderias.

A revolta toma conta de mim e sinto nada poder fazer.
Na minha vida fui sempre espezinhada, maltratada, nem sei como me sinto, nunca soube nada.
Sofri, senti, chorei, escondida e quase “amordaçada” no meu íntimo, sentia-me desventurada, ouvia a voz do coração…que não me dizia nada.
Hoje ouço essa voz e apenas sei que fui a mal amada.

De miúda traquina e desajeitada, talvez muito pouco acarinhada, vivia sempre na expectativa de me ver ajudada e chorava, no silêncio da noite.

Já jovem ai estava eu, apaixonada e mais uma vez mal amada. Quisera ser diferente, ter amores, ser beijada e não aconteceu nada de nada.
Vivi amores incompreendidos, chorados, sonhados e tudo foi nada…

Deixei a casa, a família, fiquei abandonada ao meu eu e sonhei, sonhei e…ai que tristeza, estava acordada, o sonho apenas foi sonhado… Foi uma dor tão magoada…Dai apenas sai Mulher.

Sobrevivi e lutei e mais uma vez, amei, amei…
E nem dei por nada, senti que era a outra e fiquei amedrontada.
Era um amor sofrido, amordaçado, perdido e calado, começou a dor e ai fui forte, não fui abandonada, abandonei, sentia-me usada.
Sonhei, sonhei e ao acordar vi que tudo isso não levava a nada, de novo as mãos vazia e o coração chorava…


Agora sim a juventude perdida avizinhava-se, amei, retribuíram calados no silêncio dos que amam e não dizem nada, apenas os olhos e os gestos se manifestavam.
Talvez por isso foi um amor que não teve futuro, mais tarde, ele ai estava a ditar as suas leis de amor e amizade que se transformou em afecto e carinho.
Fiquei no escuro, não queria mais nada….e só chorava e… mais tarde já era tarde.

O nada levou a tudo e aconteceu, talvez para ver se eu era o eu, que eu queria ser.
E aconteceu, já não estava só, tinha companhia sempre comigo e irradiava alegria e felicidade ia sempre ter companhia e algo especial e sonhava, sonhava…
Então passamos a ser duas a querer aconchego e ele não chegava, a tristeza passou a fazer parte dos meus dias e apenas olhava o vazio que nos cercava, mas não estava só tinha dois braços estendidos para mim que não e deixavam vacilar e tinha de lutar.
A vida tornou-se mais pesarosa numa luta sem condescendência e sem ganhos, aí tive de ser forte éramos duas e a luta tinha de continuar, não por mim mas pela pequenita que me estendia os braços e pedia colo.

Lutar, luta e mais luta, farta desta estonteante luta que me deu apenas sabedoria no sofrer.
Sentia a dor no coração e ai estava eu de mão na mão de uma menina que foi a minha luta pela vida.
Caminhava só mas entendia que não deveria fazer algo que dividisse a minha filha, tive esperanças de mudança e tudo o parecia indicar e sonhei de novo…
Ai como foi alegre e feliz esse sonho e ao mesmo tempo angustiante, agora a luta era por três e não renasci, morri mais um pouco e vivi mais na luta e aqueles bracitos a pedirem colo e “mãe luta que um dia vences” e lá caminhei mais um pouco na vida
que se mostrava cada vez mais difícil e sofrida.
Lutava a duplicar, mas agora eu já não sabia amar… tinha de me encontrar…deixava o dia correr e os anos passar e amar só a dois que tinha de proteger e não deixar maltratar pegando-lhes ao “colo” e ensina-los a voar.

Cansei de lutar e sentei, pensei e joguei tudo ao ar, no chão e em qualquer lugar, deitei o coração fora e coloquei outro no seu lugar.

Este coração atraiçoo-me de novo lá estava ele a enganar-se e a procurar um coração que nada tinha a ver com ele.
Enganou-se uma vez mais, amou, sofreu, chorou e acabei por lhe ralhar fiquei furiosa lá estava ele de novo a se enganar, como se portou mal lá pensei em por outro em seu lugar, mas este outro foi avisado que o deitaria fora para sempre se não sentisse o outro coração parecido com ele.

Sentei, sofri, chorei, agora sim tive amigos que me ajudaram a reparar o meu coração, não o deixaram mudar apenas o ajudaram a reparar, ensinaram-me que ele se tinha de transformar e ficar mais forte, mas que não tinha de ser mudado, porque assim algo ia mudar e queriam-me sempre como fui, humana simples e amiga e ele foi obediente aprendeu a se comportar.

Sentei sozinha e olhei a vida, mais uma vez lutei éramos 3 e tinha que suportar este coração louco por correr.
Aí os amigos que não me deixaram correr, nem cair, não foi preciso me levantar porque apenas cambaleei e eles me seguraram.

Sentei no caminho, já cansada e coloquei o rosto nas mãos e pérolas de chorar fizeram sentir que algo ia mudar.
Essas pérolas fizeram o caminho onde sentei e senti que tinha que ouvir o coração que agora os meus amigos tinham consertado.
Olhei longe e senti que valia esperar porque um coração estava para chegar.
Foi pensativa, ponderada esta espera, “sentada á beira do caminho ouvido a voz deste meu coração”.
Olhei ao longe, conheci-te estavas a chegar…

Agora tenho dois braços a me aconchegar, dois braços que não se cansam de me abraçar.
Um coração que me tornou a trazer de volta á vida, que me encontrou um pouco desconsertada, coisas que o tempo resolverá.
Abraçam-me porque tem amor também para dar.
Dois braços que me fizeram voltar á vida e me ajudam a amar os que me estendem as mãos e me chamam Mãe.
Hoje a minha luta tem fundamento, mas tenho ainda muito medo…
Ai este maldito medo que não me abandona, mas quando olho e sinto o teu coração, mesmo que ao longe o medo foge e sinto que me amparas no desalinho da minha vida e sabes onde estou mesmo que perdida, sabes o que quero, mesmo que eu não saiba.
Seguras-me a mão porque tenho medo de dormir.
Seguras-me o sonho, para que continue a sonhar acordada e alivias o meu pesadelo de estar com a cabeça tão desconsertada…
O caminho até agora foi sinuoso, mas valeu a pena, porque em ti conquistei o Homem que sempre amei e que sentia que existia em algum lugar e que nunca abandonei o sonho e por fim apareceste.

Nunca se deve agradecer a quem tanto nos quer bem, pois nunca se encontram palavras para tal.
Um dia me destes animo para escrever as minhas memórias.
Aqui as tens reduzidas e sem perceberes nada, apenas a luta e um sofrer, pois não merecem ser contadas porque assim eu ia perder-me e ficava muito desconsertada de reviver as coisas que me fizeram doer muito, mas também sei que só assim soube aprender a ser Mulher.

Apenas sei que aos 20 anos me tornei Mulher sofri, lutei e venci uma grande e dolorosa caminhada.
Aprendi que mesmo sendo humilhada, era eu mesma, era pessoa, inteligente e simplesmente não fui amada.
Apenas me ficou na vida as mãos abertas que não tinham nada…

Mas um dia parei no caminho de pedras soltas, juntei-as e fiz um banco e ai fiquei sentada abri as mãos e nelas pousaram outras…
Olhei eram as tuas, que tocam, que sentem, acarinham e que não me deixam ter medo do escuro porque estamos sempre de mão dada.
São mãos que sentem o coração e a mente e amparam a minha caminhada.